terça-feira, 7 de maio de 2019

Você não escolhe o amor



Você não escolhe o amor!
O amor não é fruto da razão.
Você pode escolher vivê-lo ou não,
Mas não és tu que controla o coração.
O amor escolhe a quem abençoar
E pede o preço da coragem,
Porque ele vem para te matar
Nas construções ilusórias que fizestes de tu.
O amor te escolhe timidamente.
Não se apresenta pelo nome,
Não se interessa por quem você pensa que é,
Apenas convida a descobrir o que realmente o Tudo é.
E o mundo se divide,
Entre aqueles que pensam ter o controle do chamado
E os que maravilhados
Aprendem a tecer perguntas no sentir-se-apaixonado.
Haja coragem para morrer nas pequenas profundezas
Do raso que agora mostra sua ligeireza
Para nascer, então, na imensidão
Da revelação de que a fina superfície
Precisa dar evasão ao oceano
Do que é viver no domínio da libertação.
Vai doer! Como dói o nascer.
Dói renascer.
Haja coragem!
Aliás, só basta coragem!
Coragem flor da fé!
A vida faz o resto.
Afinal, já fez tudo,
Já trouxe a mão-amor.
A ti só resta dizer sim,
Estender a sua de volta a ela,
Ou fugir!
Mas fugir é ficar.
E partir é fluir,
Na liberdade de viver sem medos ou limitações.
No entanto, tenha atenção!
Porque tímido, às vezes, se disfarça em vestes fora do padrão,
Mas se você o aceitar,
Se prepare para a vida começar a descodificar
E sentir os incômodos de nascer para o novo sem fim,
Nos diversos nascimentos que é viver enfim,
Nas promessas do mundo se fundir,
Da distância sequer existir!
Pois o amor não está fora,
Mas incorporado reflete-se em tudo.
No entanto, para ele a você se mostrar,
Tens que ter a coragem de se permitir derreter,
Pois é se desfazendo e caindo pra dentro
Que descobrirá o infinito,
Sempre presente,
Jamais limitante,
Maestro de todas as poesias
E da maior resposta sobre a vida:
O Amor!

- Letícia.

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