quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Hoje eu decidi desenhar o Brasil

Foto: Google Maps

Hoje eu decidi desenhar o Brasil.

Começo a traçar uma linha.
Ela contorna o verde da mata. Beija o azul esverdeado do nosso mar, que a depender da posição do meu lápis é azul límpido, transparente!
Continuo a subir meu traço. Mergulho-o em rios que se perdem na vastidão. Varo os verdes, azuis, marrom de terra (quanta terra!), enquanto os pássaros mais coloridos dançam no céu.
Traço por entre megacidades e vilarejos.
Aldeias!
Pobreza e riqueza.
Arte e desprezo.
Beleza e tristeza.
Firmo a mão, porque há muito para se traçar e se narrar.
É gente linda de todo o tipo.
Da mistura, a originalidade.
A simplicidade resiliente que deveria ser aplaudida é massacrada pela ganância.
É a Terra dos contrastes!
Do povo que hora se abraça e hora se estapeia.
Termino meus traços e vislumbro um coração derretido.
Não sei se é de amorosidade por tantas belezas ou se derreteu pelas atrocidades.
Acho que é mais uma dessas dualidades que aqui esperneiam em abundância.
A Terra está pronta.
Mas, para nós a estrada é longa.
Não dá para amar enquanto odeia.
Não dá para odiar e querer colher os frutos do amor.
Não haverá esclarecimento enquanto a prioridade for afixar paixões.
O contraste ainda se faz necessário:
Carregar ódio para, com olhar entristecido, ao longe, suspirar pelo amor.
Ou amar e lamentar ao observar cegos a esfaquear.
Que sem saber o que atingem, na fome gritante por qualquer mudança, a faca termina no próprio estômago.
Da real comoção pelas atrocidades, brota a serenidade e responsabilidade de lutar pela humanidade.
Também tem lugar para estômagos feridos nessa Terra mãe.
Pois a dualidade serve pra ensinar, mas às vezes o preço da falta de luz é auto lesionar.
Alguns precisam sentir na pele. Para outros, basta um olhar.
Tal dualidade é válida quando nos ajuda a despertar.
Por hora, seguimos não nos acostumando
Com tudo que diminui um ser humano.
E com calma o caminho vai nos mostrando,
Que ódio não é ponte,
Mas precipício para a prosperidade que tanto clama pelo nosso abraço.
A Terra já estava pronta.
E a calmaria ainda espera por nós.
Paciente e por vezes aflita, aguarda. E com doçura firmeza pergunta:
“O que – sinceramente - você está plantando?”
“Água envenenada não mata só a sede.”
Muito asfalto foi espalhado, continuo procurando as flores para desenhar esse mapa que nasceu para ser FLOResta.

domingo, 9 de setembro de 2018

UM



O relógio. Constante. Não Para. Só Passa.
O fluxo. Incessante. De gente. Que chega e que vai.
Que chega e não vai. Que vai e fica.
O fluído. Da vida. Que espalha. Que ou morre ou renasce.
O olhar. A direção. As escolhas. As predileções.
O caminho. A sabedoria das bifurcações.
O crescimento. As emoções.
A consciência. A responsabilidade. O comprometimento. O batimento.
Ah, a vida! Bonita...
Os desafios. O teste da força de nós mesmos.
Resiliência. A fé na beleza. Amor nas poesias.
As boas companhias.
O jogo da vida. Do tempo. Do instigante desconhecido.
Ninguém vem em vão. Ninguém vai sem uma porção.
Tudo vira amor pelo olhar do coração.
E ninguém, no mundo, pode furtar os momentos de dedicação
Ao outro.
Que mora, para sempre, nele e em você.
Formando a teia infinita de conexão ao coração.
No final,
Um dia,
Não sobrará ninguém fora dela
Sobrará o todo
UM.