sexta-feira, 10 de maio de 2019

Auto Perdão

Respire fundo e faça uma promessa a ti
De que quando soltar esse ar
Irá se liberar de todo esse pesar.
Respire de novo e faça um favor a si
Pegue no ar só aquilo que possa lhe fazer sorrir.
Proíba os maus pensamentos proliferarem aí.
Você não está aqui para ser impecável,
Não se destrua pretendendo perfeição,
Aprimore-se buscando conhecer o seu coração.
E quando ele falar contigo, confie!
Até caminhos sinuosos
Banhados de boa intenção
Elevam e levam ao topo para vislumbrar a imensidão.
Nem os rios da perfeita Natureza são retos,
Por quê temer as curvas?
Querer andar em rígido linear
É correr o risco de parar
Ao encontrar um desses ângulos
Que permitem ao rio da vida permear
E democraticamente banhar
Todas as diversidades de solo.
Um mundo feito para as águas andarem bailando,
Abraçando e rodopiando as curvas das próprias imperfeições,
Dançando para acolher com bom humor as belezas
De nossas pequenezas
Que ensinam a leveza da simplicidade
A justiça da humildade
E a paz da despretensão em passar por esse chão
Sem deixar sequer um arranhão?
A vida lhe foi dada para ser vivida em autenticidade.
Para ser e sendo descobrir a complexidade
Do Todo que habita dentro de ti.
Para que pergunte ao seu turbilhão o que há de precioso
Querendo ser entendido e plantado nesse solo amoroso.
Respire novamente...
Simplesmente se concentre
Na natureza de suas intenções
Trabalhe na lapidação daquilo que deixou de ser amor
E dê um presente para si todos os dias
Se perdoe por não ser como algo que ainda é pequeno em você queria.
Quando um dia você enxergar a grandeza de tudo
A sincronia de todas as danças invisíveis
Irá suspirar sorrindo e expandindo:
“Como a vida é bonita!”
Respire fundo para se conectar.
Não tenha medo nem culpa do “errar”.
Tenha, em reverência à vida, a responsabilidade
De aproveitar cada oportunidade,
Ainda que torta ou fora do plano,
Para subir mais um degrau.
Se puder, suba dançando e cantando,
Sorrindo e aplaudindo,
Pois estar na vida, coexistindo com a pureza de suas águas,
Ainda que em turbulento fluxo,
É precioso!
A revolta das águas é superficial.
Nas profundezas, o silêncio sempre imperou.
Se perdoe. Não se culpe e não culpe a vida.
A curvas são seus mestres.
Os reverencie!

Letícia.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Você não escolhe o amor



Você não escolhe o amor!
O amor não é fruto da razão.
Você pode escolher vivê-lo ou não,
Mas não és tu que controla o coração.
O amor escolhe a quem abençoar
E pede o preço da coragem,
Porque ele vem para te matar
Nas construções ilusórias que fizestes de tu.
O amor te escolhe timidamente.
Não se apresenta pelo nome,
Não se interessa por quem você pensa que é,
Apenas convida a descobrir o que realmente o Tudo é.
E o mundo se divide,
Entre aqueles que pensam ter o controle do chamado
E os que maravilhados
Aprendem a tecer perguntas no sentir-se-apaixonado.
Haja coragem para morrer nas pequenas profundezas
Do raso que agora mostra sua ligeireza
Para nascer, então, na imensidão
Da revelação de que a fina superfície
Precisa dar evasão ao oceano
Do que é viver no domínio da libertação.
Vai doer! Como dói o nascer.
Dói renascer.
Haja coragem!
Aliás, só basta coragem!
Coragem flor da fé!
A vida faz o resto.
Afinal, já fez tudo,
Já trouxe a mão-amor.
A ti só resta dizer sim,
Estender a sua de volta a ela,
Ou fugir!
Mas fugir é ficar.
E partir é fluir,
Na liberdade de viver sem medos ou limitações.
No entanto, tenha atenção!
Porque tímido, às vezes, se disfarça em vestes fora do padrão,
Mas se você o aceitar,
Se prepare para a vida começar a descodificar
E sentir os incômodos de nascer para o novo sem fim,
Nos diversos nascimentos que é viver enfim,
Nas promessas do mundo se fundir,
Da distância sequer existir!
Pois o amor não está fora,
Mas incorporado reflete-se em tudo.
No entanto, para ele a você se mostrar,
Tens que ter a coragem de se permitir derreter,
Pois é se desfazendo e caindo pra dentro
Que descobrirá o infinito,
Sempre presente,
Jamais limitante,
Maestro de todas as poesias
E da maior resposta sobre a vida:
O Amor!

- Letícia.