quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

"E aí, como anda a humanidade?"


Imagine uma pessoa que se ausentou do mundo e das notícias que pairam na Terra por pouco mais de um ano e agora decidiu se atualizar.

Abre os noticiários.

Lê sobre como anda a guerra civil na Síria. Se sensibiliza com vídeos de crianças com semblante sério, sobre o qual escorre sangue. Elas estão mais firmes que os seus adultos. Isso preocupa.

Eleições nos Estados Unidos.

Não compreende como um candidato que pautou seus discursos em ódio e segregação racial venceu as eleições na mais influente nação do mundo.

Estupro coletivo.

“Brasil sofre outro Impeachment!”.

Falta de representatividade nos ministérios de Temer.

Falta de representatividade nos ministérios de Trump.

“Sessenta presidiários mortos”.

Pessoas violentadas em razão de suas opções sexuais.

“Massacre em Boate de Orlando”.

Anúncio da decisão pela construção de muro na fronteira entre Estados Unidos e México.

A liberdade de ir e vir intitulada de “bagunça horrível”.

Carro bomba.

Homem bomba.

Bomba!

Nas redes sociais:

“Ninguém mandou sair de casa com essas roupas”.

“Bandido bom, é bandido morto”.

“Leva pra casa! Quero ver quando um menor matar alguém de sua família”.

“AVC é castigo”.

E desligou o computador.

“Por quê?”, se perguntou.

Por quê? Porque o ódio está nas entrelinhas, nos discursos, nas relações. É alimento da infelicidade, do insucesso, da incompreensão. É amigo da preguiça em compreender. Da comodidade de se render ao sentimento primário.

O ódio está em cultivar o “pré-juízo”.

Ódio é passividade. E veja como, e quanto, causa má atividade.

Às vezes é um problema de educação e má instrução.

Às vezes, sim, é mau coração!

O problema é maior quando desse extrato saem líderes de nação. E quando a gente se engana disfarçando uma “revolução”.

As consequências estão aí: milhares de anos de humanidade, mesclando evolução e regressão.

Ou se educa para aniquilar o ódio provindo da má instrução.

Ou a inércia dará força, representatividade e credibilidade para aqueles em que o desvio está no coração.

Letícia Marcati, 30 de janeiro de 2017.

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